Depois de 10 horas de sessão, plenário aprovou
texto-base do projeto de lei
Por 296 votos a
favor e 177 contrários, a Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira, dia
26, o texto-base para a reforma trabalhista proposta pelo governo ilegítimo de
Michel Temer. Deputados Federais com base eleitoral em Guarulhos, Eli Corrêa
(DEM) e Jorge Tadeu (DEM) votaram a favor do Projeto de Lei (PL) 6787/16 e
contra os trabalhadores. Eli Corrêa, inclusive, disputou as últimas eleições à
Prefeitura de Guarulhos e pretende candidatar-se novamente em 2020.
A reforma define
pontos que podem ser fruto de acordo entre empresários e representantes dos
trabalhadores, que passarão a ter força de lei e estarão acima dos direitos
antes consolidados pela CLT. Além da oposição, os partidos SD, PMB e PSB
orientaram voto contrário à proposta, mas não obtiveram votos suficientes para
reprovarem o projeto.
Após aprovação na
Câmara a PL tramitará no Senado. Caso torne-se lei, grávidas poderão trabalhar
em ambiente insalubres, jornada de trabalho de até 12 horas diárias, horário de
almoço reduzido a 30 minutos, possibilidade de Acordo Coletivo negociar
direitos e férias divididas em até três vezes.
Para garantir mais
votos, o presidente ilegítimo realizou uma manobra, exonerou ministros que são
Deputados para que pudessem votar, entre eles estão Ronaldo Nogueira (trabalho)
e Mendonça Filho (educação).
Principais pontos do projeto:
·
As férias poderão ser parceladas em três vezes ao longo do ano;
·
Será permitido, desde que haja acordo, que o trabalhador faça até duas
horas extras por dia de trabalho;
·
A contribuição sindical, hoje obrigatória, passa a ser opcional;
·
Patrões e empregados podem negociar, por exemplo, jornada de trabalho e
criação de banco de horas;
·
Haverá multa de R$ 3 mil por trabalhador não registrado. No caso de
micro e pequenas empresas, o valor cai para R$ 800.
·
O trabalho em casa (home office) entra na legislação e terá regras
específicas, como reembolso por despesas do empregado;
·
Juízes poderão dar multa a quem agir com má-fé em processos
trabalhistas.
Na
Câmara, o projeto precisava apenas ser aprovado na comissão especial e já
poderia ir direto ao Senado. Na última semana, porém, os deputados aprovaram um
requerimento de tramitação em regime de urgência e levaram a análise do texto
ao plenário principal da Casa.
Veja,
abaixo, pontos que poderão se sobrepor à lei quando houver acordo entre
empresários e trabalhadores:
·
Pacto quanto à jornada de trabalho, observados os limites
constitucionais;
·
Banco de horas anual;
·
Intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos
para jornadas superiores a seis horas;
·
Adesão ao Programa Seguro-Emprego
·
Plano de cargos, salários e funções
·
Regulamento empresarial;
·
Representante dos trabalhadores no local de trabalho;
·
"Teletrabalho”, ou home office e trabalho intermitente;
·
Remuneração por produtividade, incluídas as gorjetas e remuneração por
desempenho individual;
·
Modalidade de registro de jornada de trabalho;
·
Troca do dia de feriado;
·
Enquadramento do grau de insalubridade;
·
Prorrogação de jornada em ambientes insalubres, sem licença prévia do
Ministério do Trabalho;
·
Prêmios de incentivo em bens ou serviços;
·
Participação nos lucros ou resultados da empresa.
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